NOVA REFORMA OU RESTAURAÇÃO? A IGREJA VOLTANDO ÀS SUAS RAÍZES BÍBLICAS E APOSTÓLICAS
Por Marcelo M. Guimarães (*)
Eu
estou plenamente convencido de que a Igreja Evangélica não precisa de
uma nova reforma, como muitos querem e defendem esta emergente
necessidade. Mas, a cada dia que conheço mais a Palavra, a Bíblia, me
deparo com quase uma outra igreja que existiu há 2000 anos, a Igreja de
Atos dos apóstolos, a igreja do primeiro século, estabelecida nos
ensinamentos da Torá, dos profetas, de Yeshua e de seus apóstolos.
Quando
um avião sai da rota, um piloto experiente sabe que ele correrá um
grande risco de errar completamente o destino ao tentar corrigir sua
proa na posição que ele pressupõe estar. A instrução recebida neste caso
é que ele faça uma guinada de 180º graus para se alinhar ao sinal de
rádio que seu aparelho recebe do lugar de origem e com base nesta
posição de origem, ele novamente toma a direção do seu destino. Ou seja,
ele precisa tomar a direção de origem para novamente tomar a proa
correta do seu destino. O mesmo precisa acontecer com a Igreja de Jesus.
Ao se perceber algo errado na direção doutrinária, seus líderes
deveriam voltar à origem, a Bíblia, e determinar ou interpretar
corretamente seus santos princípios, corrigindo seus desvios. O que
normalmente acontece é re-interpretar o que disseram os pais da igreja e
fundadores de denominações, sem necessariamente comparar suas
opiniões com a santa palavra de Deus.
Neste
contexto, a restauração vem com a proposta de continuar os princípios
da reforma, porém, aprimorando-os, corrigindo-os e complementando-os
com elementos bíblicos e apostólicos esquecidos e desprezados no séc.
XVI. A restauração não anula a reforma, mas APRIMORA-A. A restauração é
o desenvolvimento inevitável e natural dos ideais reformistas, pois
viabiliza de forma verdadeira e corrigida uma de suas principais
premissas: “sola scriptura” – A autoridade para as nossas vidas está APENAS nas ESCRITURAS (no contexto original e correto das mesmas).
O termo “restaurar” fala por si mesmo e difere muito do termo
“reformar”. O ato de reformar alguma coisa, como um sofá, por exemplo,
dá a liberdade ao dono de colocar um novo tecido não necessariamente
igual ao original. Se o original era couro, a pessoa tem a liberdade de
trocá-lo por outro diferente, por exemplo, por um tecido plastificado,
um courvin. Já no caso de restaurar algo, essa liberdade de escolha
não existe, pois se trata de uma restauração, ou seja, é necessário
usar o material original, sem nenhuma variação na
textura, cor, densidade, etc. Portanto, o restaurar é fazer voltar ao
estado de origem. Na língua hebraica o termo “TIKKUN” tem este sentido
de retornar à origem, restaurar e consertar sem desvios do modelo
original. O termo “TESHUVÁ” também pode ser usado, sendo traduzido por
arrependimento, mudança ou conserto de direção.
A
igreja tem sido reformada desde quando saiu do controle de Roma. Foi
um bom tempo, creio! Mas agora se percebe uma necessidade urgente de
mudança. Há muitos desvios, muitas divisões entre seus membros que se
dizem pertencer ao mesmo Corpo de Cristo. São tantas as doutrinas, são
tantas opiniões diferentes que se torna impossível unir esses irmãos
novamente num só propósito e direção. Há um ditado judaico que diz que
onde há três judeus, há quatro opiniões. Mas, eles continuam judeus e
cooperam uns com os outros em função de uma causa maior, a preservação
do judaísmo e de suas raízes. No meio evangélico vejo que onde há
três evangélicos, há três completas diferentes denominações competindo
entre si, tentando até mesmo a destruição uma da outra. Não são
amigos, tornam-se inimigos por causa de dogmas. Uns se tornam
inquisidores dos outros, estabelecendo seu padrão da única e soberana
verdade. O que tenho visto é muitos hereges combatendo outros hereges.
Teólogos de si mesmos, tentando acusar, difamar e caluniar irmãos do
mesmo chamado Corpo de Cristo. É um caos e suas atitudes os
condenarão, serão vítimas de seus próprios erros.
Eu
tenho dito há muitos anos que aquilo que nos une como membros do
mesmo Corpo precisariam falar mais alto do que nossas diferenças e
interpretações doutrinárias. Se o que nos une é o Sangue de Cristo, o
novo-nascimento Nele, nossa mudança de vida, nossa fé num só Deus, num
só messias, numa só Bíblia, isto precisaria falar mais alto do que
nossas diferenças. Ou seja, eu creio que Deus quer nossa unidade, mesmo
que haja diversidades de opiniões. Isto não é ser ecumênico, isto não é
deixar nossa liberdade de interpretação. Pelo contrário, deveríamos
nos amar mais, servir mais uns aos outros e discutir menos os aspectos
doutrinários e interpretativos. Afinal, revelações são para ser
vividas e não para ser discutidas, pois a espiritualidade é individual
e há níveis diferentes para o viver por fé, segundo a fé de cada um.
Maturidade espiritual não vem de modo igual para todos. Deus trabalha
com nossa individualidade. Ele nos vê como seres autênticos à Sua
imagem e Semelhança e não como robôs evangélicos.
Urge
que a Igreja ande e viva os princípios bíblicos vividos e proclamados
pelos profetas, Yeshua e Seus apóstolos. Queremos ser restaurados
rumo à igreja do primeiro século. Isto não é voltar ao primitivismo
das coisas, mas sim resgatar princípios e instruções santas, eternas e
imutáveis dadas pelo Espírito Santo de Deus. Portanto, marchemos rumo
à igreja do primeiro século, restaurando nossas raízes da fé. É hora
de reconstruir uma igreja santa, pura, sem mácula e sem defeito, cheia
de poder, unção e união. Há uma redenção total por vir, há um reino
por vir, há um messias que reinará com Seus eleitos sobre as nações.
Não
é fácil mudar conceitos. Imagino como Lutero sofreu com aqueles
padres religiosos e zelosos com toda a tradição e fidelidade à sua
ordem religiosa. Creio que é necessário um momento de reflexão, de
coragem, e muita disposição para pagar um alto preço pela verdade.
Lutero pagou um preço caro com sua própria ex-comunhão da Igreja
Católica. Muita coisa mudou, mas será que a reformar cumpriu seu papel
cabalmente? Será que temos algo ainda a mudar? Será que já alcançamos
uma estatura de fé e maturidade aos padrões de Cristo?
Nosso Deus é bom e eu já percebi que Ele gosta, na maioria das vezes,
de trabalhar com lógica e no tempo determinado. Tudo precisa estar no
Seu tempo. Ele também nos trata assim: devagar! A verdade é que nós
não estamos preparados para uma mudança radical, corrigindo nossos
próprios erros. Confesso que não sei o que acontecerá, mas sinto uma
força dentro de mim que me impulsiona para frente, para ver e gerar
uma Igreja pura, santa e sem defeito, sem ruga (Ef 5:27) e sem mácula,
pois a ´noiva´ Dele é nova. Esta é uma grande revelação que recebi do
Senhor. A noiva é nova, pois ela não tem “rugas”. Isto me mostra que
esta igreja que está aí liderada por santos homens de Deus precisará
também passar por mudanças radicais. A Reforma não foi suficientemente
eficaz para produzir uma noiva à altura (em fé e maturidade) do nosso
noivo judeu, Jesus, o Yeshua Há Mashiach. Poucas pessoas atentam para
isto. Jesus, como judeu, procura uma noiva entre judeus e gentios, mas
ambos crentes no coração e no contexto judaico da fé.
O movimento judaico messiânico autêntico tem dado uma pequena
contribuição para esta conexão Igreja e Israel. Por outro lado, vemos a
Igreja muitas vezes distante de suas raízes e propósitos. Há sem
dúvidas, muitas coisas para serem mudadas tanto na Igreja como em
Israel. Confesso que não avocarei para mim nenhuma responsabilidade de
como mudar, dando fórmulas, ou dogmas, bulas, etc. Os pais da Igreja e
da Reforma já fizeram isto e acabaram cometendo erros. Lutero,
se estivesse vivo, estaria vendo a igreja Católica se esforçando por
grandes mudanças para voltar e se moldar à Palavra. Os evangélicos que
teriam, ao meu ver, grandes revelações, estão muitas vezes
entretecidos com o evangelho da prosperidade e bens materiais,
encantados com o relativismo e o poder da política. Oremos
para que Deus levante homens profetas em nossos dias. Homens que
falam por Ele e não o que descobriram ou sabem Dele. Oremos para que
Deus levante verdadeiros evangelistas, mestres, pastores e apóstolos
também, mas, sobretudo, profetas corajosos. Teremos que enfrentar
principados e potestades jamais vistos nos tempos finais. E para isto
estes homens terão que estar certíssimos de seu chamado divino,
capacitados, disciplinados, destemidos para a guerra.
O que poderíamos fazer neste momento?
1- Primeiro, é necessário assumir uma atitude sincera e honesta em
relação às fraquezas e imperfeições que os líderes da Igreja provocaram
na comunidade, quando se afastaram de muitos princípios bíblicos
vividos e promulgados por Yeshua e pelos apóstolos no primeiro século;
2- Segundo, deve-se reconhecer também que houve um distanciamento do
contexto judaico do Novo Testamento e que uma grande gama de costumes e
tradições pagãs infiltraram na doutrina cristã;
3- Terceiro, estar convencido que é necessário começar um processo de
mudança, voltando à origem e tomando os pontos falhos ou esquecidos
pela Reforma;
4- A Igreja de Yeshua deve se arrepender nos pontos em que se
desvirtuou, revendo sua doutrina e sua teologia, tendo como único
padrão, a Bíblia, interpretada no contexto na qual foi escrita;
5- Deve-se ter a humildade de aceitar e reconhecer o que o Espírito Santo tem feito e que ainda fará no Corpo de Cristo;
6- Precisamos rever e reler o Novo Testamento no contexto judaico no
qual ele foi escrito. Não se trata de judaizar a igreja. “Haz vê
Halila”!,
mas precisamos conhecer alguns textos no contexto original que mal
interpretados fizeram com que a Igreja se separasse de Israel e de seu
povo;
7-
Precisamos voltar a estudar e entender os princípios da Torá e dos
profetas e aplicá-los em nossas vidas para testemunho no caminhar pela
fé. Há hoje um entendimento errôneo da Graça e da Lei de Deus. Hoje a
Igreja tem perdido bênçãos e muitas bênçãos por desconhecer a conexão
entre a graça e as instruções de Deus, a Torá.
8- Ser pacientes e tolerantes com aqueles que virão em resistência.
9-
A Restauração está disponível para todos, mas isto não significa que
todos da Reforma optarão por ela. Da mesma forma que a mensagem da
Reforma está disponível a todos, mas a grande maioria dos católicos
ainda não se atentou para ela nesses últimos 500 anos.
10- Oremos para que o movimento da Restauração não venha acompanhada de um novo cisma no Corpo de Cristo.
Por onde começar a Restauração?
O Ministério Ensinando de Sião-Brasil não tem nenhuma “fórmula” ou
“know-how” para rotular o que seria restauração e, tão pouco, temos essa
intenção. Nosso propósito é chamar atenção do Corpo de Cristo para a
necessidade de voltarmos só para a Bíblia. Portanto, os pontos
sugeridos abaixo são meras observações de cunho e experiência pessoal
como já disse, não representando assim, nenhum ponto
exclusivo, doutrinário ou teológico do movimento messiânico, o qual
também necessita de restauração;
Nossa
proposta de restauração abrange primeiramente o indivíduo como membro
do Corpo de Cristo. Cremos que um indivíduo restaurado gerará uma
família restaurada e um conjunto de famílias restauradas produzirá,
conseqüentemente, uma igreja restaurada igreja.
Estamos
num processo de oração e de busca por uma igreja santa, puramente
santa e isto tem sido nosso pilar central. Temos um ‘noivo’ padrão,
Yeshua, e queremos segui-lo. Portanto, não se trata de levar a Igreja
gentílica a nenhum tipo de judaísmo ou tradições judaizantes. Mas, não
podemos nos esquecer que nosso noivo viveu como judeu zeloso com seus
princípios e tradições e que Ele não perdeu Sua identidade.
a)A restauração do Indivíduo: A
restauração da alma do indivíduo é um tema bem conhecido por todos e
por isso, dispensamos comentários. Crentes precisam valer-se da
restauração para se livrarem da solidão, depressão, ansiedade e de
outras doenças do mundo psíquico. Preocupam-se muito com a cura do
corpo, enquanto muitas das causas das enfermidades estão na alma do
homem. Rei Davi disse: “A Torá é perfeita e restaura a alma.”
b) A Restauração da Família:
O mover do Espírito Santo de Deus tem nos levado a isto. Logo depois
ao movimento da cura interior, mais ou menos há 25 anos, a igreja
engendrou muitos seminários e encontros para casais. O movimento
“Casados para sempre” é um bom exemplo disso. Encontro nos lares também
tem contribuído até hoje para que toda a família cumpra o propósito de
Deus, vivendo em harmonia e estabilidade no plano divino. É a
extensão da Igreja nas casas. Nossa família ainda é nossa primeira
igreja. Precisamos fazer disso uma realidade em nosso meio.
c) A Restauração da Igreja:
Esta tem sido agora a ênfase do momento e nosso ministério se sente
chamado para ajudar nessa necessidade. Percebemos também que no mundo
todo estão surgindo ministérios específicos de ensino mais do que em
todos os tempos até então. É de novo o Espírito Santo de Deus agindo
progressivamente, preparando sua noiva, Sua igreja. Precisamos
questionar tudo o que estamos vendo, como por exemplo, devemos dividir o
Corpo de Cristo em Células ou devemos deixá-lo como Corpo, porém
mudando a forma de tratá-lo? Nossas comunidades e congregações devem ser
menores a fim de que o presbitério fundamental de pastores, mestres,
profetas, evangelistas e apóstolos possam trabalhar juntos ou em qual
outro sistema devemo-nos considerar para nos livrarmos dos problemas
da massificação, da falta de comunhão e unidade?
Neste tópico, Restauração da Igreja, poderíamos meditar em alguns pontos importantes, como: 1- Devemos checar com base exclusiva na Bíblia os vários dogmas advindos dos Concílios de Roma, principalmente, aqueles pós Concílio de Nicéia que separaram a Igreja da comunidade de Israel e do povo judeu e, conseqüentemente, gerando e agravando o antissemitismo e antijudaísmo hoje ainda existente no meio cristão;
2-
Idem, para aqueles itens advindos dos pais da Reforma, Lutero,
Zwingli, Calvino e outros. Por exemplo, as atitudes antissemitas de
Lutero, o endosso à teologia da substituição, a desconexão da Igreja
com Israel, etc;
3-
O exagero e abuso trazidos pelos movimentos americanos da “Palavra da
Fé”, como por exemplo, o exagerado e incompleto conceito de
prosperidade, vida fácil para aqueles que se convertem, sucessos
financeiros pela fé, mercantilismo da fé, etc;
4-
Buscar no Antigo Testamento outras bênçãos além dos dízimos e
prosperidade, como por exemplo, conhecer (não impor à igreja) os
princípios divinos sobre qualidade de vida e inúmeros princípios éticos e
sociais, relações familiares, de saúde, combate a pobreza, etc.
mencionados largamente na Torá;
5-
Entender no contexto judaico os princípios vividos e promulgados
pelos apóstolos no primeiro século, como por exemplo, o conceito de
unidade, comunhão, costumes e forma de estudar semanalmente a Palavra,
(aqui entram o estudo das “Parashiot e das Haftarot” ou o Estudo da Torá e dos Profetas em porções semanais, como eram feitos na época de Jesus);
6-
Eliminar de vez o comércio em nome da fé. Vendas de bênçãos,
promessas, costumes pagãos que tentam materializar a fé através de
objetos, líquidos e outros produtos, que levam mais a um sincretismo
religioso do que um crescimento saudável e maduro do viver pela fé;
7-
Combater todo tipo de competição entre irmãos e entre denominações.
Por exemplo, rádios e TVs evangélicas que são fechadas e não permitem a
entrada de outra denominação diferente da sua;
8- Expurgar todo mundanismo dentro da Igreja, como por exemplo, festas pagãs, shows, comércios, etc;
9-
Rever toda a estrutura da liderança da igreja. Por exemplo, os papéis
dos presbíteros (restaurando suas funções ministeriais de pastores,
mestres, profetas, evangelistas, apóstolos) e diáconos;
10-Deve ser revisto o conceito de igreja matriz que centraliza o
controle sobre as congregações ou filiais em várias cidades, estados e
até mesmo em países. O princípio da Igreja local deve ser respeitado,
mas isto não impede a ação apostolar;
11-Deve-se
voltar para obra missionária e social. A igreja evangélica tem feito
muito pouco nessas áreas, principalmente, no aspecto social de ajuda
aos carentes e pobres, quer sejam eles crentes ou não. Grandes
investimentos são feitos em prédios, acampamentos e outros bens,
enquanto outras recomendações bíblicas importantes são esquecidas. Por
que não investir mais em áreas de aconselhamento pastoral, psicológico,
mesmo na área da educação, da saúde e até mesmo assistência jurídica
para atender os membros carentes, uma vez que o serviço prestado pelas
autoridades de nosso país deixa muito a desejar?
12-Envolvimento
dos líderes da igreja com o Estado e com a política devem ser
avaliados. A bancada evangélica deveria trabalhar servindo aos
interesses das comunidades que representam e não somente aos interesses
das denominações a quais pertencem;
13-Voltar
para as pequenas comunidades, bairros, ruas, desenvolvendo a pregação
das boas novas e estudos bíblicos nas casas, às vezes é uma opção, se
bem coordenada.
14-Restaurar o conceito de “Igreja” ou “Congregação” e “Israel”.
A palavra igreja, no hebraico, kahal, é a mesma usada em Atos 2. A
Igreja de Deus começou no Sinai e foi solidificada em Atos:
a) No Monte Sinai no dia de Shavuot foi entregue a Torá como contrato
de casamento entre Deus e os “chamados para fora”= Igreja (Kahal), ou
no grego, “ekklesia”, com o mesmo sentido. É o remanescente justo de
Israel (Ex19:3), a oliveira do Senhor (Rm11);
b) Esta igreja (Kahal) formada no Sinai é chamada de nação santa, reino sacerdotal (Ex19:5);
c) Esta igreja (kahal) foi formada pela descendência natural de
Abraão, mas extensiva aos estrangeiros que creram no Deus de Israel e
quiseram sair do Egito(Ex12:38);
d) Mas, esta igreja (Kahal) quebrou o contrato de casamento (Torá) por causa do coração de pedra ( Jr 31:32; Zc7:11-12);
e) Com o estabelecimento da Nova Aliança no sangue do Cordeiro Yeshua
(profecia de Jr 31:33), o Espírito Santo, como em Shavuot
(pentecostes), foi renovado neste contrato do Sinai com sua igreja a
fim de que todos agora (judeus e não judeus) possam obedecer a Torá e o
Evangelho de Yeshua.(Ez 36:26-27).
15-
É necessário contextualizar o evangelho, biblicamente, conforme os
princípios vividos e proclamados pelos apóstolos no primeiro século; por
outro lado, os judeus crentes que foram descontextualizados para
várias denominações precisam agora resgatar sua identidade judaica,
vivendo e testemunho como judeus crentes, messiânicos;
16- Querendo ou não o cristianismo é judaico em sua essência (Rm1:16; Jo1:11)
17-O antissemitismo é anticristão (o judaísmo bíblico é a base do
cristianismo; há promessas para Israel e o povo judeu ser salvo; A
oliveira, a família de Deus, é constituída de judeus e gentios- Ef 2;
Rm11; 18-Deixar de levar as boas novas aos judeus é uma forma
de antissemitismo. Porém, não se evangeliza Israel com panfletos
jogados em sua janela. É necessário amá-los e aproximar-se deles, não
impondo dogmas, porque na verdade a fé genuinamente cristã é uma fé de
origem judaica. Mas, deve-se mostrar com base no “Tanach[4]”
a pessoa do Messias Yeshua judeu. Nunca devemos desconectar o judeu
do judaísmo bíblico para transformá-lo em um membro de uma congregação
evangélica. Ele é judeu, crê na mesma Bíblia (antigo Testamento) que
você crê, então, basta apresentar a ele a Pessoa do Messias Yeshua que
veio ao mundo para ISRAEL e também todos os que através dele desejem
compartilhar da aliança que o Deus criador tem com esse Israel. São
inúmeras também as passagens bíblicas no Antigo Testamento que nos
ensinam diferenciar o Jesus como Ben José (filho de José – que veio
morrer no madeiro se fazendo maldição pelos nossos pecados) e Jesus como
filho de David, quando voltará para estabelecer um reino de paz e
poder;
19-Como será abençoada a Igreja?
- “Abençoarei os que te abençoarem (bênçãos espirituais e materiais)”- (Gen 12:3; Rm 15:27); - Como já dito acima, levando as Boas Novas aos judeus você estará colaborando para a vinda do Messias em Glória.(Rm11:15)
- “Orai pela paz de Jerusalém; prosperem aquele que te amam”. A
Igreja se esquece muitas vezes que o inferno não prevalece contra ela,
e por isso, ela pode gerar a salvação de Israel orando por Jerusalém.
Orar por Jerusalém nos traz prosperidade. Por que não podemos ter o
hábito de orar por Jerusalém em todos os cultos e encontros que se tem
na igreja? Por que não?!
20-Como será abençoado o povo judeu?
- Pela igreja gentílica enxertada na verdadeira oliveira, levando para eles a seiva de Yeshua;
- A igreja irá colocar ciúmes no coração de Israel e nos judeus não
crentes. Pelo amor e misericórdia para com eles todos serão alcançados
(Rm 9:11,26).
21 - D-us concluirá seu plano de salvação para com os judeus e nação
de Israel (Rm11:26) e implantará seu reino (Ap 20:2) com seus eleitos
judeus e gentios justificados pela pessoa do messias Yeshua Há
Mashiach; 22 - ...” Aquele que testifica estas coisas
diz: Certamente cedo venho. Amém; vem, Senhor Jesus. (Marah n´atá!). A
graça do Senhor Jesus seja com todos.”
Estamos apenas no começo de uma nova visão para a Igreja. A Reforma
foi boa, mas agora queremos algo mais genuíno e original. Queremos
nossas raízes da fé de volta. Queremos nosso messias judeu que foi ao
longo dos tempos descaracterizado de Israel e de Seu o povo. Queremos
ver a família de Deus unida, judeus e gentios em Cristo (Ef 2:19).
Queremos receber uma nova unção de cura, milagres e maravilhas como na
época da igreja do primeiro século. Por outro lado, se queremos o
poder da Igreja do primeiro século, com certeza também virá sobre nós a
perseguição da Igreja daquela época. Mas, o que queremos é cumprir o
propósito do Senhor e orar para que Ele abrevie o seu retorno. Amém.
(*) Marcelo Miranda Guimarães
- Engenheiro Industrial, MBA em Economia, Teólogo, Rabino Messiânico
ordenado pelo Netivyah Bible Instruction Ministry-Jerusalém-Israel com
endosso da UMJC (Union of Messianic Jewish Congregations). Fundador
do Ministério Ensinando de Sião, do Cates, da Abradjin e da
Congregação Har Tzion em Belo Horizonte-Brasil.
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